Espelho meu, espelho meu…afinal quem sou eu?
É muito comum que em alturas de grandes decisões nos questionemos sobre quem somos e sobre o caminho que queremos seguir. Se é verdade que a grande parte do nosso percurso escolar é de certa maneira “imposta”, sem grande escolha, temos de cumprir as etapas desse percurso escolar até ao secundário, a partir de uma determinada altura é-nos pedido que saibamos o que querermos, que caminho queremos percorrer. Isto não acontece apenas no percurso académico, mas talvez seja a primeira grande decisão que teremos de tomar conscientemente para o nosso futuro. Temos de decidir qual a área que vamos escolher de forma a conseguirmos seguir para a profissão que queremos ter.
Muitos de nós sentimos que é cedo, que temos dúvidas, que não sabemos ainda qual é o nosso caminho… e será que há só um caminho?
Quem sou eu afinal?
Sou o economista ou o surfista? O psicólogo ou o cantor? O médico ou o ator?
E sentimos que temos de fazer uma escolha que determina o nosso futuro.
Mas porquê temos de fazer uma escolha? Temos de ser só parte daquilo que somos e de que gostamos? Não podemos ser médico e ator?
Ás vezes temos de parar e olhar para as nossas possibilidades. Imaginar os cenários, construir as possibilidades e tentar perceber o que faz sentido para nós. Nem sempre é fácil, a pressão é muita, o medo de errar assombra-nos. Mas a verdade é que é difícil ter certezas e o erro faz parte de todas as vidas.
E se tentarmos escolher com mais liberdade? Tentar responder à pergunta do espelho: Quem sou eu afinal? e ir ao encontro dessa resposta?
É importante conseguirmos olhar para a nossa vida como um livro em aberto, cujas páginas vão ser escritas pelas nossas escolhas e que é importante que essas páginas sejam o reflexo daquilo que somos, do que gostamos, do que queremos, que descrevam as nossas experiências de vida, que podem ser ou não decisivas para o nosso percurso, mas que são sem dúvida parte daquilo que somos. Que saibamos sempre que há caminhos alternativos, que podemos sempre corrigir a nossa rota sempre que sentirmos que não estamos no caminho certo.
Que essas páginas sejam o narrador dos nossos sonhos, concretizados ou por concretizar, que sejam a história que gostaríamos de ler como sendo a nossa história de vida.